sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Um "presente" da Greve?


Alguns amigos tem nos perguntado se temos sentido algum efeito da crise que atinge a Europa. Dizemos que, em todo esse período na França, e um pouco na Bélgica e Holanda, náo percebemos nada. Até porque, na condição de turista, vivemos uma outra realidade: a das descobertas, dos passeios, do que é bom, enfim. Mas ao sairmos da França na ultima quinta-feira,  sofremos com uma greve dos ferroviários franceses - embora pensássemos que algum problema fôssemos encontrar na Espanha.
De Aix, devíamos tomar um trem em Avignon que nos levaria até Figueres - já na Espanha-  e de lá para Barcelona, onde chegaríamos no meio da tarde. Planejamos assim porque queríamos viajar de trem nesse trecho. Mas...em função da greve, muitos trajetos foram cancelados e nós rodamos o dia todo até chegar, somente a noite em Barcelona.
De Avignon fomos para Perpignon - um belíssimo trajeto, por cidadezinhas medievais lindas, incluindo Nimes, Montpellier que nem é táo pequena -  e dali, devido às alterações, pegaríamos o trem em Port Bou, para Barcelona. Tudo bem, pensamos. Só que, quando descemos, quase meio dia, em Perpignon, náo havia trem nem onibus para Port Bou.
A propria empresa ferroviária nos mandou pegar um ônibus para Cèrbere, perto do nosso destino, Port Bou. No entanto, um trajeto que deveria levar meia hora, acabou levando três horas. Por que? Nos colocaram num ônibus de turismo, que fez um extenso passeio pelas encostas dos Pirineus a partir de Perpignon, onde estáo os maiores vinhedos de Roussillon, Languedoc...e paisagens maravilhosas do mediterrâneo.




Ansiosos, com fome e com receio de perdermos o trem das 14,40 hs - como acabamos perdendo mesmo - e que, segundo as informações seria o último do dia, só fomos perceber bem mais tarde que, na verdade, tínhamos ganho um presente com essa confusáo toda: o belíssimo trajeto, que passei a fotografar depois. Conclusáo: só nos mandaram para Port Bou porque fica em território espanhol - e, portanto, fora da greve -  a poucos km de Cerbère, na França. 





Numa regiáo altamente vinífera como se via pelo elevado número de caves, vinícolas e alusões ao vinho, próximo a cidades como Elna, Coulou, Banyuls, os vinhedos se estendiam pelas montanhas, em meio aos rochedos que circundam o mar mediterrâneo.





(Na verdade, morros, precipícios e curvas fechadas demais, para quem náo suporta altura como eu...)




Finalmente chegamos a Cèrbere. Só que ali, cidade de veraneio em baixa temporada, tudo estava fechado nessa quinta-feira - até mesmo para um lanche. Ali ficamos sabendo que havia outro trem para Barcelona às 17 h. Mas como chegar ate Port Bou, 8 km adiante, se náo havia ônibus e nem taxis?

Depois de muuuuito tentar, durante quase uma hora, graças a insistente ajuda do motorista de nosso ônibus, foi chamado um taxi de alguma outra cidade próxima, para nos levar a Port Bou - onde tudo estava fechado também.


Cõnseguimos chegar às 16,50. Mas o trem já estava ali. E saiu às 17,02 h conforme o previsto. Depois de parar em quase 20 cidades...chegamos a Barcelona, quase oito da noite, sem almoço e muuuito cansados. Mas, viram as fotos? Essas paisagens são o saldo positivo desse dia!

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