quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Belem das navegações.(E dos pastéis)



Nossa ansiedade para explorar Lisboa é grande. Vamos a Belém, setor de Lisboa onde se concentra a maior parte das referências históricas das navegações e conquistas dos portugueses. Entre todas, a principal é a Torre de Belém, antigo forte, considerada uma obra prima da arquitetura marítima, que recebe as ondas do Oceano Atlântico desde 1519, quando acabou de ser construida, no reinado de Dom Manoel - portanto há quase 500 anos.
Para chegarmos a Belém a partir do centro, pegamos o "eléctrico" como é chamado pelos portugueses o veículo semelhante ao metrô, de superfície, e descemos em frente ao Mosteiro dos Jerônimos. A bela área se extende até onde a vista alcança pelo rio Tejo, onde se vê monumento aos Navegadores, Museu dos Combatentes, Doca de Bom Sucesso...Mas ali tem também os verdadeiros Pastéis de Belém - com certeza a delícia mais típica de Lisboa.


                                        



     Detalhe da fachada da Igreja do Senhor dos Passos, no Mosteiro, em estilo Manoelino, obra monumental que levou mais de cem anos para ser concluida, a partir de 1501, por Dom Manoel. Nessa Igreja estão os túmulos de Camões, autor épico de Os Luzíadas, e do navegador Vasco da Gama, quem abriu o caminho das navegações para as Índias.



A Cruz de Malta, símbolo constante das navegações portuguesas, está impressa no imenso parque entre o Mosteiro (ao fundo) e o Rio Tejo.



O Rio Tejo, com a Ponte 25 de Abril ( ex-Salazar), similar à Golden Gate, mas com três km de extensão para ligar aquele ponto à cidade de Almada e outras em direção ao Alentejo.



 O monumento aos navegadores, com Vasco da Gama (o mais célebre) a frente de todos.

O monumento, que remete a uma caravela, das usadas pelos navegadores.


Os barcos na Doca Bom Sucesso e o delicado colorido das construções ao fundo.

Os (verdadeiros)  Pastéis de Belém 

Desde que provamos os Pastéis de Belem, temos ido quase todos os dias saboreá-los novamente. Para nós esses sáo os melhores entre as dezenas de doces, sempre tentadores, que os portugueses chamam de "conventuais"- aqueles criados nos conventos para aproveitamento das gemas, cujas claras de ovos eram usadas para engomar os hábitos religiosos

 
No domingo, as filas pelo famoso pastel se mantinham por todo o dia em frente a loja...
 



...que esconde seis salóes internos para servir os pastéis e outras delícias.


Consta que os segredos da receita dos Pasteis de Belem sáo mantidos sob sigilo absoluto pelas sucessivas gerações dos proprietários, desde 1837, quando a loja foi criada. Mas depois de se provar os Pastéis de Belem verdadeiros...os outros náo existem mais. Ali, podem ser degustados fresquinhos, ainda quentes, vindos da cozinha que funciona por mais de dez horas diárias, para produzir, como dizem, os cerca de 20 mil pastéis nos dias normais e 40 mil nos finais de semana. 



Das assadeiras, os pastéis váo diretamente à mesa, para enlouquecer o paladar.
(Ah! nos ensinaram que para escapar da fila, a dica é entrar por uma outra porta e escolher uma mesa num dos seis salões onde garçons servem delícias portuguesas o tempo todo. O preço de um pastel? Nada mais que 1,10 euros. (Impossível comer um só).

A base em massa folhada fina, quentinha e crocante, sustenta o creme de ovos com textura e sabor únicos - aquecendo o paladar e a alma. 

Outra delícia



As vitrines das "pastelarias" onde se vendem os doces e pães de todos os tipos, ostentam as mais variadas e deliciosas criações. Valeu a pena experimentar a Queijada da Madeira, espécie de brioche com massa mais seca e fica, recheado com doce (tipo do nosso beijinho) de coco.


O Bolo Rei:  o sucesso da temporada de Natal
 


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