Um dos nossos primeiros passeios em Aix foi visitar a casa onde nasceu Paul Cezanne, a Rue de l'Opera. Seguindo os passos pelas pegadas de bronze (como já contei no inicio) visitamos a antiga casa e toda a regiáo, carregada de reminiscências do mestre francês. Era bem mais de meio dia e a fome nos levou ao pequeno, bem pequeno mesmo, Le Terminus, ao final da Cours Mirabeau, muito próximo da Rue de L'Opera. De cara nos simpatizamos com a oferta do cardápio. O atendente, bem sério mas muito atencioso, nos recebeu e em menos de 15 minutos nos serviram esses pratos, táo bonitos quanto aromáticos e saborosos: boeuf grille - com cenouras e batatas ao vapor e mix de cogumelos.
Notem o criterio gourmet: o ramo de tomilho, os traços da redução de balsâmico.....
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...do mini ciabatta ( que me fez lembrar o amigo Erney Feltrin, autor de ciabattas maravilhosos) |
Na opção da quiche lorraine, a salada e as batatas gratinadas (en papilotte, embrulhadas) deram toque especial.
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Bem, mas vou contar da primeira noite na cidade, o dia em que chegamos vindos da Bourgogne, ávidos por um bom jantar, ja que viajáramos algumas horas após um almoço bem mediano on fast food numa unidade da rede Pomme de Pain, em Lion. (Onde, por sinal, escorreguei numa folha de alface no cháo, coisa rara por lá, e, não fosse o instinto máximo de sobrevivência, que me fez rodopiar numa dança louca no meio do salão, teria terminado ali minha chance de caminhar pelas cidadezinhas provençais! Ufa! Nao gosto nem de lembrar!)
Bom, quando chegamos apartamento que alugamos, na Place des Tanneurs, como disse, mal tivemos tempo de "saborear" a magnifica luz da Provence incidindo pelos telhadinhos provençais. Antes das seis da tarde escurece e ja saimos em busca do nosso primeiro jantar na Provence. "Reconhecendo terreno" andamos por um tempo enorme nas pequenas ruelas do centro histórico, virando esquinas e adentrando ruelas, explorando praças de todos os tamanhos. Mas àquela hora, perto das sete da noite, numa segunda-feira, ali na Provence também era difícil encontrar algum restaurante aberto.
A escultura de uma grande vaca malhada na esquina do Forun des Cadeaux nos chamou a atenção. Mas estavam apenas organizando a casa.
Ao lado, sim, havia uma luz, ainda que tênue, no fundo do salão."Ouvert ?", arriscamos. "Oui monseur, dame", ouvimos, na recorrente saudação dos franceses aos casais que chegam.
Sentamos e esperamos um longo tempo pelo Tajine que decidimos experimentar
De inicio o prato nos pareceu muito rustico. Mas logo percebemos que valeu a pena. (Detalhe: àquela hora éramos os únicos clientes na casa). A carne de cordeiro estava no ponto certo, o molho saborosíssimo, as batatas na textura perfeita, combinando magistralmente com o cuscuz marroquino - este, ao contrario do que se prepara, só hidratado e saborizado com especiarias. Simples.
Bom, a partir dai, a cada dia uma nova aventura nos envolvia. Se saíamos de Aix para outras cidadezinhas, sempre encontrávamos uma alternativa interessante.. menos ou mais elaborada.
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