Já passa da meia noite e está tudo calmo agora. Perto das 9 da noite, aqui em Madrid, alguns servidores acabavam de instalar uma enorme árvore de Natal em frente o nosso hotel, numa das esquinas com a Gran Via. O frio de 5 graus parecia náo intimidar ninguém. Centenas de pessoas ainda estavam se cruzando na imensa avenida. Muitas assistindo o trabalho com a árvore, mães com bebês em carrinhos - o que se vê muito por aqui, ou melhor se percebe, pois os bebês somem de táo cobertos, claro - jovens em grupos, idosos muitos...enfim, a cidade "ferve" até tarde, ruidosa, aconchegante. É isso, a cidade parece abraçar "você"; impossível náo se integrar a esse movimento e absorver um pouco da energia que ele oferece. De repente um forte ruido, como um assobio intenso...sáo ciclistas, às dezenas, às centenas...acho que milhares...durante uns cinco minutos subindo a Gran Via com seus assobios...Atrás deles, dois carros de polícia lhes dáo cobertura. E lá se vão, desaparecem.
Surpresas assim se sucedem o tempo todo em Madrid. Anteontem fomos surpreendidos por centenas de pessoas, profissionais e estudantes da área médica, num protesto contra privatizaçòes na àrea de saúde, que se extendeu por vários quarteirões. Faixas, cartazes, bandas e muitas palavras de ordem durante umas duas horas. Logo depois, só silëncio. A música e o aglomerado de hoje à tarde numa ruazinha próxima a Porta Del Sol nos levou a um bonito espetáculo de Natal com marionetes na imensa fachada de uma grande magazine. E quanto nada parece acontecer, ouvem-se as sirenes. As sirenes, de polícia, bombeiros, das viaturas do "medio ambiente", se anunciam várias vezes ao dia, em todos os lugares.
Em meio aos prédios colossais de arquitetura modernista, nas ruas centrais da capital se ocultam, seguidamente, cinemas de rua sempre com filas nas calçadas, teatros com intensa programação, casas de espetáculos e museus - muitos museus - além das brasserias e cafeterias quase sempre apinhadas de gente - e das casas lotéricas, sempre muito movimentadas.Várias feiras de Natal se espalham pelas praças - o hábito aqui, como em Barcelona, é a venda de peças das mais variadas para o presépio doméstico - enquanto a população parece espreitar a chegada das luzes na iluminação de rua, toda montada, mas que tanto demoram pra começar a acender.
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