sábado, 1 de dezembro de 2012

Em Madri, arte que envolve


Arte Bizantina


O programa do dia era terminar a visita ao Museu do Prado no início da noite. Ao sairmos de manhã, o vento  e o frio, apesar do dia limpíssimo, nos impediu de caminhar pelas amplas avenidas de Madri, como havíamos planejado. Precisávamos nos abrigar em algum lugar. O Museu Thissen, ali pertinho foi a melhor opção - alternativa que acabou nos envolvendo, diante de um dos mais ricos acervos, incluindo desde obras italianas primitivas  - como a arte bizantina, belíssima - a medieval, pinturas holandesas, alemãs, flamengas. Mestres do impressionismo e expressionismo também estão ali, assim como belos exemplares do cubismo - inclusive de Picasso - e movimentos de vanguarda do século XX, até o Pop Art. Mas o que mais nos chamou a atenção mesmo foi a extensa coleção dos temas religiosos - arte bizantina dessas duas fotos  - de Giotto e seus seguidores, que tanto ja nos encantou em visitas a Galeria Ufizzi, em Florença.(Você se lembra Lívia?)




Assim, nossa visita de algumas horas acabou se extendendo até o meio da tarde. Lanchamos ali mesmo no restaurante do Museu - após ter visto uma mostra temporária de Gauguin - Gauguin e o Exótico - e não tivemos como deixar o Thissen antes de conhecer a maior parte do acervo, com obras primas magníficas.

À noitinha, a programa exigia uma passagem pela Atocha - a estação ferroviária para fazermos nossa reservas para Lisboa, na sexta-feira. Estar ali, no entanto, era impossível deixar de visitar o Museu Rainha Sofia, bem em frente, justamente onde se encontra o emblemático Guernica, de Pablo Picasso. Caminhamos muito pelo imenso museu, de arte e história, até chegar à imensa sala, a mais movimentada de todo o complexo. E ali, estávamos, frente à frente, com o grandioso Guernica:


Emocionante não só pelo tema, mas também pelas proporções - mede 3,50 x 7,80 m - é a expressão de Pablo Picasso diante da tragédia da pequena cidade de Guernica - antes capital basca - após um borbadeio durante a Guerra Civil Espanhola. Ele pintou o quadro em 1937, em preto e branco, com base nas fotos sobre a catástrofe. Grandioso em todos os sentidos, o painel foi exposto no espaço reservado à Espanha no pavilhão da Exposição Internacional de Paris naquele ano.
De Paris viajou por várias cidades do mundo até ficar em Nova Iorque, por determinação do próprio Picasso, que não queria ver sua obra, símbolo de resistência diante  das opressões, na Espanha sob a ditadura de Franco. Somente na década de 80, após a queda do franquismo, Guernica foi devolvido ao país. A comovente mensagem de Picasso nos envolve de tal forma, que o tempo parece pouco para se absorver todo o seu rico conteúdo em alguns minutos. Incrível como não conseguíamos tirar os olhos da obra e deixar a sala. (E, para mim, trouxe uma emoção muito especial, ao me fazer voltar à década de 70 quando, junto com minha querida irmã Tânia, aprendemos a admirar o intrigante Guernica num imenso painel do Dr. Rogerio Burnier, em Campinas).


                                                                -----OOO000OOO-----













.

Um comentário:

Lívia disse...

Ai que lindo!!! CLARO que lembro da Ufizzi, como esquecer.... Hehe

Continuem fotografando as obras de arte, quero fazer os próximos roteiros culturais!