quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nos passos de Paul Cezanne

Cezanne, o aixois



Logo que chegamos a Aix decidimos fazer um programa para o qual estávamos ansiosos. Seguir os passos de Paul Cezanne" - ou seja, conhecer e caminhar pelos lugares onde ele nasceu, cresceu, andou, frequentou, se inspirou e pintou seus principais quadros. E também morreu, aos 67 anos, vítima de uma pneumonia porque náo conseguiu parar na metade um quadro que retratava seu jardineiro e amigo, quando a chuva chegou e o pegou em cheio. Mas o melhor é que sua memória é muuuito cultuada na cidade. Ele continua "vivo" nas ruas,  monumentos,  lojas comerciais,  praças... enfim, dá nome a muito do que faz parte do cotidiano de quem vive na cidade. Suas fotos e as de suas obras, também estáo em várias partes e maciçamente nas informações turísticas. Para direcionar quem ali chega para conhecer um pouco mais de sua vida, '"seus passos" estáo assinalados nas pedras das calçadas e ruas com pequenas placas de bronze nos lugares por onde andava, a começar pelo bar onde se sentava com amigos nos fins de tarde, bem ali no centro, no coração da Cours Mirabeau. O Les Deux Garçons, que ele frequentava, mostrado há pouco, ja existia bem antes de Cezanne nascer: desde 1749. Cezanne nasceu em 1839 - e morreu em 1906.


 Cezanne e uma das placas em bronze que indicam seus caminhos em Aix


Da Cours Mirabeau seguimos pela Rue de l'Opera, pouco acima da Cours Mirabeau. A casa onde o pintor nasceu está muito bem conservada na charmosa ruela da rua central    



 Na placa: "O pintor Paul Cezanne nasceu nesta casa em 19 de janeiro de 1839"


Da casa da Rue de l'Ópera, a vista da Cours Mirabeau com seus plátanos

Numa demonstração de como o pintor é reverenciado na cidade, há mais de 30 referências à sua vida que podem ser conferidas, incluindo residëncias de sua família, o último apartamento onde sua mãe morou, a igreja onde fez a primeira eucaristia, bares que frequentava com os amigos na adolescência ( entre eles o escritor Emile Zola), loja da família, o banco financeiro de seu pai e o estudio onde pintou seus últimos quadros.

Referências que emocionam

Entre todos esses, escolhemos alguns e entre eles o estudio onde Cezanne passou a maior parte do seu tempo nos últimos anos de vida. O prédio, desenhado por ele mesmo, foi construido num terreno de 7 mil m2 - parte de uma fazenda que ele comprara em 1901- e rodeado por árvores frutíferas e jardins. Uma janela envidraçada, ocupando uma das parede, garantia o acesso da luz intensa. E era para li que ele se dirigia todos os dias, assim que acordava às 6 da manhá e deixava sua casa na Rue Boulegon, para trabalhar até às 10 da noite.


























O predio que abriga o estudio, quando acabou de ser construido, em 1902, e atualmente.


Parte do jardim frontal, conservado e com o aspecto provençal bucólico, que o pintor amava.



Assim que se entra no estúdio, um aviso: "isto náo é um museu, mas um encontro com Paul Cezanne". Verdade! Ali, ajeitado nos cantos da sala, estáo seus guarda-chuvas, suas camisas  coloridas das tintas que usava, a paleta com um resquício de tinta e....o que mais emociona na visita: os objetos eternizados nas "naturezas mortas" de Cezanne, celebrizadas mundo a fora: os vasos, verde, branco, a fruteira branca, o pote contornado de palha, a garrafa também com fio de palha, a mesa, a escada usada para pintar a grande telas dos banhistas. .



A Saint Victoire
Algumas quadras acima, na mesma rua do estudio, está a Place Cezanne, o local onde Cezanne ia quase que diariamente para retratar o perfil da Montanha Saint Victoire, numa sucessáo de telas que estáo hoje em museus das maiores cidades do mundo, como Nova Iorque, Berlim e Hong Kong, entre tantas outras.






Paul Cezanne, no local que virou praça.
E as palavras do mestre do modernismo, ou "mestre de todos nós", como sentenciou Pablo Picasso antes de morrer.

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